sexta-feira, 14 de março de 2014

O MAL TAMBÉM VENCERÁ.

A existência do mal, e sua onipresença através do tempo, sempre revelou uma inconsistência na estrutura da crença no deus bíblico.

Um teólogo, por mais conhecedor que seja da bíblia, terá que aceitar, sem direito a réplica, que o mal jamais terá fim. Pois a ideia de uma condenação eterna, em um lugar atormentador destinado aos opositores do bem, é sustentada pela bíblia em diversos dos seus livros. Mas nenhum texto bíblico faz alusão direta à origem do mal. Apocalipse 7.8-9 é o que mais se aproximaria, visto que faz um breve relato de uma suposta guerra (ou rebelião) travada entre anjos no céu, ocasionada por uma rebelião liderada por Satanás (vulgo diabo), que até então também era um anjo.

Entretanto, de forma alguma os teólogos podem afirmar, com base na bíblia, que o mal tenha se originado naquele momento, pois uma guerra não se desencadeia sem que haja um motivo prévio. Assim sendo, seria correto afirmar que o deus bíblico (caso exista) seria o originador do mal. E se este deus, segundo os seus fieis, não teve início, podemos inferir que o mal é um dos seus atributos, e que sempre esteve com ele.

Ainda supondo a existência do deus bíblico, seria inútil desvincular dele a existência do mal. Com base nisso, podemos supor também que o mal existirá enquanto ele existir, portanto, o mal seria o seu grande ponto fraco.

Os cristãos, ou quaisquer outros seguidores de crenças fundamentadas na bíblia, têm a ideia de que um dia o seu deus dará um fim a tudo que existe, inclusive ao mal, derrotando o seu Diabo. Porém, à luz da bíblia, o mal nunca deixará de existir, apenas será “varrido para debaixo do tapete”; existirá no inferno, concomitante ao bem, no céu.

E se o objetivo maior do Diabo, ao longo de toda história, é granjear almas para lhe fazer companhia eternamente no inferno, ele conseguirá o seu intento, portanto não será derrotado. Aliás, se alguém tivesse que sair vitorioso nesta história toda, este alguém seria o diabo, pois, como mostra a bíblia, levaria mais mais almas para o inferno do que Deus conseguiria levar para o céu.

Para finalizar, contrariando ainda mais a fé dos seguidores da bíblia, após dar fim a todo o universo, Deus seria vítima de um dos seus próprios poderes, pois seria obrigado, pelo seu poder de onipresença, a estar eternamente tanto no céu como no inferno.

Tudo isso nos mostra que os argumentos bíblicos não são fiáveis, e que a fé cristã não passa de um fruto da imaginação do homem.

13 comentários:

  1. Bom dia, Milson. Sobre esse assunto interessante gostaria de indicar o site: http://www.ocalvinismo.com/2010/10/o-problema-do-mal-w-gary-crampton.html Extremamente elucidativo.
    Apesar do site indicado acima, gostaria de acrescentar uma pergunta. Se não existisse o mal, como poderíamos entender quão ruim é estar longe de Deus? O mal servirá para sempre como baluarte, nos advertindo de como é a vida longe do supremo legislador.

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    1. Olá, Ricardo! Li o texto e conclui que ele não passa de mais uma tentativa desesperada de justificar o injustificável. Ele não elucida nada, pelo contrário, evidencia ainda mais a insustentabilidade da crença judaico-cristã. A bíblia deixa claro que Deus conhece os pensamentos dos homens "O Senhor conhece os pensamentos do homem, que não têm sentido. Salmos 94:11" Com base nisso, quaisquer escolhas que o homem fizesse, já seria do seu conhecimento, e consentimento, inclusive os pensamentos maus.

      O argumento apresentado no texto não passa de mera especulação, pois, nenhum teólogo teria tido acesso à tão profunda intimidade de deus para estudá-la e, acima de tudo, provar com evidências as suas conclusões.

      Por fim, respondendo a sua pergunta: "Se não existisse o mal, como poderíamos entender quão ruim é estar longe de Deus?"

      A resposta é: não precisaríamos. A inexistência do mal caracterizaria a mais pura expressão do bem. Ninguém viveria longe do "suposto" supremo legislador, portanto, a referência do mal para comparar como seria viver perto e distante dele seria dispensada.

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  2. Milson, a recíproca é verdadeira. Você também não pode provar a inexistência de Deus; tudo o que você diz também é pura especulação. Posso usar o mesmo argumento que você está usando. Então vejamos, você disse: "seria correto afirmar que o deus bíblico (caso exista) seria o originador do mal". Onde está escrito que seria correto? Veio única e exclusivamente da sua filosofia, do seu modo de pensar, da forma como você vê o mundo, etc, etc, e só isso. Você não consegue me provar empiricamente que isso que você diz é correto.

    Outra coisa: percebi que você visitou meu blog. Ví que você mora no "Espírito Santo"... Deve ser difícil heim! rs

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  3. Oi, Ricardo, não lembro de ter visitado seu blog ainda, mas farei isso logo. Será um prazer.

    Você estar certo, não podemos provar a inexistência de Deus, assim como não podemos provar a inexistência de fadas, duendes, Papai Noel, Saci Pererê e Bicho Papão. A todos eles são atribuídos feitos extraordinários, mas tenho certeza de que você não se arrisca a acreditar que eles existam, certo?

    Quando eu digo que seria correto afirmamos que Deus (caso exista) seria o criador do mal, digo-o à luz da bíblia, pois segundo ela, nada existiria não fosse pela sua vontade. Não é filosofia, é uma análise dos textos bíblicos.

    Bom, para finalizar, não moro no Espírito Santo, moro em São Paulo, cercado por um monte de santos - Santo André, São Bernardo e São Caetano. Nisso você tem razão, não é nada fácil. Rsss. Abraço.

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  4. Eu realmente não vou acreditar nesses folclores. Porque, diferentemente de Deus, nenhum deles falou comigo ainda.
    A Bíblia é infalível. Se houver uma 'aparente' contradição é porque não temos subsídios suficientes para entendê-la. Funciona da mesma forma que a ciência, que vai descobrindo coisas novas através dos tempos.
    Deus te abençoe.

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  5. Racionalmente, não podemos classificar como infalível, algo que lida com conjecturas. Não existe um fato sequer que, comprovadamente, possamos dizer que tenha sido um cumprimento bíblico.

    Não vou comentar o fato de Deus ter falado ou não contigo, pois se trata de algo pessoal. Não tenho dúvida de que você realmente acredita nisso. Até porque, um dia eu também já acreditei.

    Entretanto, hoje, acho que se algum deus quisesse que todos acreditassem nele, o correto seria ele falar com todo mundo.

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    1. A fé não teria sentido se ele falasse com todo mundo. Aliás, mesmo tendo falado com muitos no Velho Testamento poucos creram. Mesmo tendo feito muitos milagres, poucos creram nEle. Por que isso? A Bíblia diz que "estamos mortos em nossos delitos e pecados". Morto fala? Morto anda? Morto deseja? Claro que não. Pelo fato de estarmos mortos em nossos pecados, não desejamos Deus, não cremos na Bíblia e não queremos ser salvos. Só existe uma solução, nascer de novo em Cristo Jesus. Deus disse que meu trabalho é falar e propagar o evangelho. E por eu ter esbarrado com você na net, creio estar sendo instrumento de Deus para falar-te, dispondo parte do meu tempo para dizer o que você precisa ouvir ou ler. Por isso, receba como minha despedida da nossa conversa a mensagem central do evangelho; disse Jesus: "...Todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim [...] quem crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida" Jo 5:45b; 47-48
      Se um dia estiver passando por Indaiatuba e quiser ouvir um sermão sólido, pautado na Bíblia, estaremos de portas abertas em nossa congregação presbiteriana.
      Abs e que Deus te abençoe e guarde.

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  6. Oi, Ricardo, pelo contrário, faria todo sentido. Por exemplo, eu só passei a saber que você existe depois que você passou a se corresponder comigo. De acordo com a bíblia, quase dá para contar com os dedos as pessoas com as quais Deus teria falado. Falou com Noé, e uma multidão morreu de bobeira. Falou com abraão, e o resto acreditou por tabela. Falou com Moisés, e mais de um milhão de pessoas foram levadas à morte, o seguindo como zumbis, vagando de um lado para outro pelo deserto por quarenta anos.

    Não, nós não estamos mortos, estamos "vivinhos da silva", falamos, andamos e desejamos. A porcentagem dos que creem na bíblia é absurdamente maior do que a dos que não acreditam nela. E se todos tivessem a a mais absoluta certeza de que o inferno existe, todos iriam querer se livrar dele. Portanto, para que a quase totalidade das pessoas que creem seja atingida, basta Deus "dar o ar da graça".

    Espero que você participe mais vezes deste canal, talvez não consiga me convencer da crença em Deus, e nem eu te convencer da minha descrença, mas certamente as nossas palavras não serão em vão. Haverá sempre quem concorde, e quem discorde, de nós dois.

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    1. Milson, vou me expressar melhor. O povo no deserto que você citou, presenciou fogo caindo do céu, pão caindo do céu, água fluindo da rocha, o mar se abrindo, sandálias que não se desgastavam. Mesmo com tudo isso, eles seguiram a Deus? Não, porque estavam mortos em seus delitos e pecados. As pessoas podem crer na Bíblia como um amuleto, podem colocá-la na estante como um enfeite, podem achar que ela é um livro sábio. A maioria não olha para a Bíblia como regra de fé e prática, porque estão mortos em seus delitos e pecados. No momento em que a Bíblia for contrária aos seus interesses, as pessoas não titubeiam, logo a abandonam.

      A maioria concorda com você Milson, mesmo sem saber. Como eu disse eu não vou te convencer, porque não sou eu quem faz isso; somente o Espírito Santo de Deus. Meu trabalho e ser seu mensageiro.

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  7. Faltou um pequeno detalhe, Ricardo. Faltou deus falar particularmente com cada um deles. Não adianta cair fogo do céu, neve comestível (não pão), sair água de rocha (fonte natural), a água do mar recuar (maré baixa), se Deus não falar que é ele que está fazendo tudo isso, é difícil atribuir a ele.

    Talvez a maioria concorde comigo aqui, no blog, mas fora daqui corro o risco de sofrer sérias represálias, caso expresse a minha opinião em público.

    Exemplo, como você imagina a reação dos seus irmãos, na sua igreja, em Indaiatuba, caso eu chegasse aí e me apresentasse com ateu? Nada amistosa, concorda?

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  8. Com relação a manifestação de Deus, são degraus que precisam ser galgados. Você por exemplo, não pisou o primeiro degrau da inerrância bíblica e já quer estar no topo da escada. E mesmo que Ele fale diretamente a você, você continuaria rebelde como o povo no deserto.
    Com relação a minha igreja, faça um teste. Você ficará surpreso. Cremos que hoje você é o que nós fomos no passado: condenados a morte eterna, carentes de Deus, mortos em delitos e pecados. Por isso, somos extremamente empáticos com o próximo. Abs.

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  9. Brincadeiras à parte, longe de mim ter a pretensão de afastar alguém da sua fé. Todos têm o direito de ser feliz da maneira que quiser - crendo ou deixando de crer no que quiser.

    Se alguém entra neste, ou em qualquer outro blog ateu, e, depois de receber uma enxurrada de argumentos, mantém a sua fê inalterada, é porque realmente tem certeza naquilo que crê.

    Eu também já fui evangélico, e, não posso negar, é algo muito agradável estar entre pessoas que professam a mesma fé. Hoje,eu me sinto bem melhor não crendo coisas sobrenaturais, mas jamais posso querer isso de todos.

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